Do medo que conduz a morte
Deste mundo que fere a alma
Nada que nunca foi
Sempre o mesmo
Num rumo sem fim
Perdido na dor
Certa vez um sábio
Disse que a morte é amiga
Pois a dor acaba nela
Entendi que a morte é amiga mesmo
Ando no mesmo caminho
Sempre me deparo no começo
O instinto nem existe mais
Depois que angústia consome
Sobra a carcaça vagante
Não sinto nada
Nada além da dor contundente
Ríspido são meus pensamentos
Melancólicos os olhos
Na mente um buraco negro
Que consome meu senso de vida
Qual propósito viver
Sobreviver entre víboras
Com sede de poder
Vale apena viver alguns anos a mais pela esperança
A lama que cresce no império dos insanos
A dor que acompanha meu ser
Dia pós dias
Até minha morte
Pois nela há descanso